Talvez a mais controversa das estratégias de publicidade, o marketing furtivo é uma prática muito comum na vida moderna. Alguns estudos estimam que o cidadão comum é exposto a cerca de 5000 exemplos de marketing furtivo diariamente. O marketing furtivo é a prática de marketing que chega aos consumidores sem que estes tenham consciência disso.
Desde anúncios nas margens da tua página de Facebook, passando pela colocação de produtos num filme ou série de televisão, até entrar em contacto com um ator pago para criar uma conversa sobre um produto, o marketing furtivo é impossível de evitar.
O objetivo do marketing furtivo é torná-lo tão subtil que o consumidor não perceba que é um estratégia de marketing.
Aqui ficam alguns brilhantes exemplos de marketing furtivo:
Mini Cooper
No filme The Italian Job, o gang faz os seus assaltos em carros da marca Mini Cooper. O carro foi uma parte tão importante do filme e teve um destaque tão proeminente em tantas cenas que se poderia dizer que todo o filme foi um grande anúncio para a Mini Cooper.
FedEx
Quem não se lembra de Tom Hanks no filme Cast Away, interpretando um executivo da FedEx encalhado numa ilha? Apesar de ter vivido durante anos numa ilha deserta, a FedEx teve destaque durante todo o filme, salvaguardando a sua sanidade enquanto estava na ilha e servindo como solução para o desenlace final. Aqui pode se argumentar que a mensagem subliminar do filme é que através da chuva ou tempestade ou até mesmo anos numa ilha encalhada, a FedEx faz sempre as suas entregas.
Prada/Vogue
No filme The Devil Wears Prada, tanto a famosa marca de moda Prada como a revista Vogue tiveram um grande destaque. A personagem de Meryl Streep foi inspirada na famosa editora da Vogue da América, Anna Wintour, como protagonista do filme, enquanto a sua secretária nerd que se torna chique se entrelaça nos labirintos do mundo da moda.
Reese’s Pieces
Lembras-te da cena do filme E.T. em que o adorável alien descobre que gosta de Reese’s Pieces? Apesar de a Hershey não ter pago pela publicidade feita ao seu produto no filme, aproveitaram para promover o filme nas suas campanhas e, graças ao sucesso do mesmo, acabaram o ano aumentando os lucros em 65%.
Sony Ericsson
A famosa campanha “Falso Turista” da Sony Ericsson em 2002, para o seu telemóvel T681, envolveu atores remunerados que pediam a estranhos para lhes tirarem uma fotografia à frente de vários destinos turísticos em Nova Iorque. Quando o desconhecido ajudava o ator a tirar a sua fotografia, o ator subtilmente comercializava o telemóvel apresentando as suas características. O objetivo da campanha era fazer as pessoas falarem sobre o telemóvel.
Blackberry
A Blackberry decidiu arriscar, optando por uma estratégia de marketing “sex sells” para comercializar os seus novos produtos. Contrataram mulheres jovens e atraentes para estas se sentarem em bares a fazer conversa com homens. Quando a conversa desenvolvia, elas pediam aos homens para estes colocarem o seu número no telemóvel delas, pondo o Blackberry na mão do homem. A estratégia era obviamente apresentar o telemóvel ao homem.
Wal-Mart
Em 2006, um casal norte-americano, Jim e Laura, escreveu um blog, onde narravam as suas aventuras nos diferentes Wal-Marts nos Estados Unidos. O blog ganhou um enorme reconhecimento mas perdeu todo o impacto quando se soube que era patrocinado pela Wal-Mart.
Starbucks
Criar uma falsa controvérsia é outra maneira de fazer marketing furtivo. O zumbido que se cria sobre o produto ganha grandes proporções à medida que a notícia de dispersa nos meios de comunicação e nas redes sociais, enquanto os marketers cruzam os braços e deixam a discussão avançar. A Starbucks aplicou esta tática em 2015 com a sua campanha de Natal. A falsa controvérsia era que os consumidores odiavam a caneca que a Starbucks estava a vender e queriam que esta deixasse de ser vendida. Na verdade, ninguém realmente odiava a caneca mas toda a gente ficou a conhecer o produto e as vendas subiram.
Whole Foods
De 1999 a 2006, o co-founder da Whole Foods, John P. Mackey, era um membro ativo do Boletim Informativo da Yahoo Finance From 1999-2006, the co-founder of Whole Foods John P. Mackey was active on Yahoo Finance’s bulletin board, usando um pseudónimo para esconder a sua ligação à empresa. Este tipo de técnica de marketing furtivo é conhecido como “sock-puppeting”.
Sunsilk
Em 2007, um vídeo do YouTube onde uma noiva cortava o cabelo no dia do seu casamento, por não estar a gostar de ver o seu cabelo, tornou-se viral. O vídeo era na verdade um anúncio para a marca Sunsilk, que é uma linha de produtos para tratamentos capilares.
Embora os grupos de vigilância e os painéis de ética desejem eliminar o marketing furtivo, a realidade é que é um dos tipos mais populares de publicidade entre os marketers. O marketing furtivo veio para ficar.
Tracy Blanchard
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